sexta-feira, 6 de junho de 2008

LOST IN LOST RESPONDE #10

(Com SPOILERS! para quem ainda não viu o fim da quarta temporada)

Não poderia ser mesmo diferente. A primeira edição da nossa seção após o fim da quarta temporada traz perguntas que insistem em não calar... Confiram:


"Em 'The Constant', as viagens no tempo são explicadas como sendo feitas mentalmente, o que impediria os paradoxos, certo? Porém nos últimos episódios as viagens no tempo me parecem estar sendo feitas de outra maneira - ou seja em 'carne e osso'! Daí eu pergunto: como ficarão então os paradoxos e porque as viagens agora estão sendo feitas de maneira diferente do que foi explicado em 'The Constant'? 'Darlton' não estaria simplesmente mudando as regras no meio do jogo?"(Márcia Teixeira)


Márcia, como você já deve saber, sua preocupação é a de muitos fãs da série. Mas é bom prestar atenção no seguinte: uma vez que se viaja para o futuro - como aconteceu com Ben neste fim de quarta temporada - não há o risco de paradoxo. O problema é quando se viaja ao passado...





Ainda é cedo para afirmarmos com exatidão quais seriam as idéias de Ben sobre o retorno dos Oceanic Six à ilha; porém, no "making of" do filme da estação Orquídea - exibido na Comic-Con 2007 e postado por mim na raspa do tacho de "There's No Place Like Home (Partes 2 e 3)" -, temos a preocupação de Marvin Candle em não deixar os dois coelhos #15 juntos. Aí, creio eu, esteja expresso o conceito dos roteiristas em se tratando de paradoxo; porém, é bom lembrar que, uma vez que não vimos esse trecho na série, é possível que os autores e produtores de "Lost" tenham modificado a idéia expressa no vídeo do "making off", fugindo de vez de qualquer complicação por conta de viagens no tempo.

Por isso, penso que a intenção de Ben seja a de fazer o grupo retornar à ilha não para o momento em que saíram, mas sim para tentar solucionar o que aconteceu desde então no "tempo atual". Ou seja: os problemas ocorridos a partir da saída do sexteto não serão evitados, mas realmente corrigidos. Essa é a saída mais elementar para que se evite toda uma discussão em torno do temido paradoxo...


"Foi feito muito alarde sobre a volta de Michael a 'Lost' por parte da imprensa que acompanha a série. Por causa disso, eu sinceramente achei que ele teria muita história para contar ainda na série. Você não acha estranho os produtores terem matado Michael, assim, do nada, trazendo-o de volta somente pra alcançar a sua 'redenção' ao salvar os sobreviventes da morte no cargueiro?" (Márcio Viana)


Se pensarmos em termos gerais, é evidente que Michael de fato tomou uma atitude redentora. Afinal, se não fosse ele, só Jacob sabe se não teríamos uma explosão antecipada do cargueiro, vitimando inclusive os passageiros do helicóptero; porém, é muito cedo para dizermos que esta foi a despedida de Michael de uma série em que não só aparições ocorrem como interagem com os vivos...





E ainda: não consigo me convencer de que Walt vá ficar de fora do que resta da série. Pelo menos em algum momento da história o garoto e seus dons deverão dar a cara em "Lost"; e, com isso, acredito ser bem possível que Michael possa ter um fim bastante parecido com o desejado por seu intérprete, o ator Harold Perrineau: o de que ele tenha a chance de se redimir mais veementemente diante daqueles que prejudicou mais diretamente - ou seja, Jack, Kate, Hurley e Sawyer, o quarteto envolvido em sua barganha com os Outros.


"Primeiro, seria impossível assistir a Lost sem acompanhar seu blog. É maravilhoso o seu trabalho. Segundo, tenho uma pergunta que me deixa intrigado. Se Locke morreu de fato, estaria o trabalho dele com a ilha encerrado, uma vez que a ilha só ´"deixa morrer" as pessoas cuja missão junto à ilha já foi encerrada, como foi o caso de Michael?" (Filipe C.)


Muito obrigado pelos elogios, Filipe! E sua pergunta é ótima... Pra começo de conversa, cogito uma possibilidade remota: a de que, exatamente por ser especial, Locke possa até fugir à regra de seguir estritamente o que a ilha lhe impõe. Em outras palavras - e isso vai soar estranho -, Locke poderia ter o dom de morrer independentemente da vontade da ilha.





Porém, confesso não acreditar nesta hipótese. Creio mais em outra: talvez possamos entender mais adiante que a morte de Locke tenha sido necessária para que Jack consiga retornar à ilha. É preciso entender que, por mais especial que Locke possa ser, a ilha é ainda mais; e se o próprio caçador um dia considerou que a morte de Boone foi um sacrifício que a ilha julgou necessário, por que o seu próprio não seria, em face de uma maior dificuldade?

E, mais uma vez, relembro aos fãs de Locke que ainda estejam inconsoláveis pela descoberta feita nos últimos instantes da quarta temporada: 1º) O personagem continuará vivo no tempo da ilha correspondente ao que aconteceu imediatamente após Ben ter girado a roda; 2º) Ninguém em "Lost" necessariamente desaparece após a morte. Vide Christian Shephard...


"Depois de assistir ao final da quarta temporada, uma idéia me veio à cabeça. Quando o Ben disse que quem movesse a ilha, não poderia voltar a ela, mais o fato de Widmore procurá-la desesperadamente, pensei que em algum momento do passado, o próprio Widmore tenha movido a ilha e assim não consegue mais encontrá-la. O que você acha?" (Karen Guassú)


Eis aí uma hipótese beeeem considerável, Karen! Basta lembrarmos de Widmore em "The Shape of Things to Come" dizendo a Ben que a ilha voltaria a ser dele...

Com o fim da quarta temporada, tivemos mais uma informação sobre o passado da ilha: a de que Charlotte já teria estado lá em outro tempo. Eis aí mais um gancho para que revisitemos o passado do local - e, com isso, até descobrir um pouco mais da ligação de Widmore com a ilha. Aproveitando a oportunidade, levanto a seguinte bola: e se as tramas dos dois personagens tiver alguma ligação?

Já vi alguns fãs dizendo que, com essa história de viagens no tempo e não-envelhecimentos à la Richard Alpert, Charlotte poderia ser Annie, a namoradinha de Ben. Mas e se Charlotte fosse filha de Charles Widmore... e Annie? Que tal?





Isso poderia fazer de Widmore um membro dos Dharma ou dos hostis; e explicaria também por que a rivalidade entre Charles e Ben parece ser tão antiga...


"No dialogo final entre Jack e Ben, este último diz que a ilha quer que todos voltem juntos. Essa questão da ilha 'querer' já aconteceu várias vezes e ela parece ter até o poder de impedir que alguém morra. Baseado nisso, te pergunto: se foi tão prejudicial a saida deles da ilha, porque cargas d´agua a ilha permitiu isso?" (Cadu Damião)

Cadu, a questão é interessante, e para ela só penso em duas possíveis respostas...

A primeira é que a ilha queria que todos saíssem, para voltar depois - ou seja, sem interferir no livre arbítrio inicialmente, mas impondo uma condição para que Jack possa retornar e, supostamente, consertar o erro causado com sua saída - ou pelo menos os que puderem ser contornados...

E autra possibilidade é a de que, simplesmente, a ilha não teve o que permitir. Nem tudo o que acontece seria por conta dos desejos e desígnios da ilha - que, por mais que pudesse discordar da atitude de Jack e cia.. O interessante é que o mesmo Locke que disse a Jack que não era para eles saírem de lá afirmou também que, caso ele insistisse em deixar o local, que mentissem. Será que essa foi uma alternativa apontada para a ilha a Jack através de Locke? Há a chance.





Ainda é complicado para nós entendermos sobre o que a ilha deseja, o que permite e em que grau essas coisas acontecem; mas acho que temos uma boa pista disso no que aconteceu entre Desmond e Charlie. O "Brotha" tinha as visões da morte do roqueiro e supostamente conseguiu impedi-la em diversas oportunidades, mas não em todas. Talvez a saída do grupo de lá tenha funcionado da mesma forma que uma das "desobediências" de Desmond ao destino, e que agora, finalmente, será corrigida. No entanto, assim como houve fatos decorrentes dessas "mudanças de rumo", certamente muita coisa aconteceu quando Jack e seu grupo resolveram peitar a ilha e/ou o destino...

* * *

Ok... Agora, vocês já sabem o que fazer!

Fonte: Lost In Lost - Por Carlos Alexandre Monteiro

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