(Com SPOILERS! para os que não acompanham a quinta temporada junto com o público americano)
Sim, a nossa querida seção voltou! E clicando abaixo temos três perguntas que tento responder neste retorno…
“Olha, depois de assistir a ‘Jughead’, fiquei com uma certeza: o motivo pelo qual Ben e Widmore não podem matar um ao outro é porque eles já se encontraram no futuro ou com alguma versão deles mesmos do futuro e conhecem a regra que diz que o passado não pode ser mudado - logo, um não poderá matar o outro. O que acha?”(Emerson Oliveira)
Acho que é por aí sim, Emerson! E foi assim também que descobrimos outras “verdades absolutas” na série que antes eram grandes mistérios, como as tentativas frustradas de suicídio de Jack (no fim da terceira temporada) e de Michael (em “Meet Kevin Johnson”) - nesta, então, vale lembrar como Tom foi taxativo ao dizer que o pai de Walt poderia tentar se matar o quanto quisesse que nada conseguiria…
Voltando a Ben e Widmore, lembro também da perseguição e da jura de morte de Penny anunciada pelo ex-líder dos Outros. Essa simples informação nos dá uma pista de que, por mais que Widmore já tenha viajado para o futuro, não deve ter encontrado sua filha.
E aí vocês me perguntam: “Mas em ‘Jughead’, que na linha do tempo parece ser além do tempo de ‘The Shape of Things to Come”, Desmond não informou a Widmore que Penny estava bem - e assim o magnata não teria nada a temer por sua filha pelo menos até aquele dia?”. Mas então eu lembro de que o Widmore no presente, uma vez indo ao futuro, não poderia encontrar consigo próprio, a fim de evitar um paradoxo; e assim, o Widmore de 2005 desconheceria o encontro do Widmore de 2008 com o Brotha…
É importante termos em mente que, se estamos começando a nos habituar com algumas regrinhas relacionadas às visitas de personagens ao passado, não sabemos ainda quais as que se aplicam no futuro - isso se de fato elas forem completamente diferentes.
“A cena do início desta temporada, em que ficamos paralisados com a presença de Daniel Faraday na Orquidea, seria uma cena de um “futuro” próximo em que nosso ‘Dannyboy’,em uma dessas pipocadas temporais,tem a oportunidade de bisbilhotar,ou até mesmo tentar mudar alguma coisa?” (Leandro Ozawa)
Leandro, acredito sim que aquela cena pertença a uma visita de Faraday ao passado, tendo conseguido se infiltrar na Dharma; e a única modificação que pode haver, pelo que sabemos até agora, só pode ser feita através de Desmond, citado pelo físico como alguém imune às regras do tempo-espaço…
Mesmo assim, Desmond apenas se recordou do encontro com Faraday à porta da Cisne no futuro - e certamente a amnésia faz parte de um daqueles famosos mecanismos do destino para corrigir seu curso natural. Se o encontro tivesse acontecido com qualquer outro personagem, aposto que a lembrança do encontro teria sido apagada para sempre.
Por isso, acho complicado que Faraday consiga mudar alguma coisa através do passado; mas por outro lado, não dá para esquecer que já vimos naquele bendito caderno do cientista anotações que parecem ser bem precisas a respeito da Orquídea; e ele mesmo já disse que possui conhecimento profundo acerca do tema “viagens no tempo”. Até que ponto ele poderia conseguir estudar as ocorrências na Orquídea e ter a referência delas em sua mente no futuro? Será que as regras também não se aplicam a ele? Ou seria possível que, diretamente do passado, ele enviasse o caderno para si mesmo no futuro?
Uma ideia que me ocorreu: Faraday consegue enviar seu caderno ao Faraday do futuro que, apesar de entender os cálculos e anotações contidas ali - afinal, ele é um físico, certo? -, não consegue se recordar exatamente de como chegou àquelas fórmulas, conceitos e notas. Apenas uma possibilidade, mas que faria todo o sentido, já que devemos lembrar que os sobreviventes na ilha conseguiram se mover com seus objetos (roupas etc.) quando a ilha se moveu.
“CA, acompanha comigo o furo: Locke cai na ilha no voo 815; acaba se tornando lider dos Outros; em uma viagem no tempo encontra Richard e, para convencer de ele seria o lider dos Outros no futuro, diz para ele ir ao seu nascimento; é monitorado pelos Outros; e se torna um ‘escolhido” para estar no voo 815. A história, então, está em loop no tempo. Como Locke poderia ter sido escolhido por ter feito algo que ele ainda iria fazer?” (Pablo Pizzelli)
Opa, Pablo! Muita calma nessa hora! Lembre-se de que estamos falando de Richard Alpert; e se há alguém que possivelmente não é afetado pelas regras - sim, falando novamente delas - é ele… Não acha?
E outra coisa: há a chance de que Richard Alpert tenha naturalmente ido atrás de Locke - ou seja, a sugestão do careca pode ter sido um mero antecipador de alguma missão passada a Alpert por Jacob, por exemplo, ou mesmo esquecida por Alpert, levando em conta o respeito do destino à linha do tempo.
Considerando isso, me recordo da cena em que ele faz o teste dos objetos com o garoto John Locke vista em “Cabin Fever”, dizendo que alguns deles já pertencem a Locke. Naquele instante em particular, não acho que Alpert tenha, com esse “já pertencem”, se referindo ao velho Locke que ele encontrou em “Jughead”, mas sim a… reencarnação - e isso respeita e muito o conceito de que Locke é de fato especial.
Considerando toda a trajetória de Locke, fica difícil imaginar que o caráter de “especial” do personagem seja apenas o fato de ter um dia voltado no tempo e falado a Alpert que seria seu líder. O fato de escapar de uma queda de oito andares e a própria recuperação do movimento das pernas ao chegar à ilha também denotam que a história de Locke com a ilha é anterior a tudo o que já vimos sobre o personagem; e se tiver a ver com o destino de Locke ser o escolhido, tal conexão não surgiu, mas só se reafirmou no encontro com Alpert visto em “Jughead”.´ Pelo menos é o que penso…
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Pronto! Agora é a hora do debate comer solto. Mas antes o lembrete: perguntas e teorias - assim como críticas, sugestões, elogios etc. - devem ser enviados para o e-mail lostinlost@globo.com, e podem tanto ser mencionados aqui no Lost in Lost Responde como no podcast ou no videocast também.
Agora, aos comentários!
Fonte: Lost In Lost - Por Carlos Alexandre Monteiro
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