sexta-feira, 27 de março de 2009

“He’s Our You” - matando para fazer nascer

(Com SPOILERS! para quem ainda não viu o décimo episódio da quinta temporada)

- “Pelo menos um de vocês será um homem. Muito bem, Sayid” (Pai)
- “Há quatro anos eu corri pela floresta e Richard me encontrou. Eu disse que queria sair, que queria me juntar a vocês. Então, tenho sido paciente. E se você for paciente também, talvez possa te ajudar” (Ben)
- “Como você está?” (Sawyer)
- “Um Ben Linus de 12 anos de idade me trouxe um sanduíche de frango. Como acha que estou me sentindo?” (Sawyer)
- “Você tem uma escolha a fazer, chefe: ou você coopera e se junta a nós em Dharmaville ou estará por conta própria” (Sawyer)
- “Então, acho que estou por conta própria” (Sayid)
- “Por que você pensa isso?” (Sayid)
- “Porque, Sayid, você é capaz de fazer coisas que a maioria dos homens não seria. Está na sua natureza, é quem você é! Você é um assassino, Sayid” (Ben)
- “Eu sei por que você está triste. Quando se é bom em alguma coisa, sempre haverá alguém para tentá-lo”. (Ilana)
- “Não importa quem eu sou. Você vai responder pelo que fez” (Ilana)
- “Quem é Benjamin Linus”? (Ilana)
- “Ele é um mentiroso, um manipulador, e deixou a filha ser morta para se salvar. Um monstro responsável por um genocídio” (Sayid)
- “Você está certo a meu respeito. Eu sou um assassino” (Sayid)

- “Agora eu sei exatamente o que estou fazendo aqui” (Sayid)

Sayid

Em “Lost”, há homens para os quais os fins justificam os meios - ainda que suas consciências discordem de seus atitudes em relação a isso. Assim é, e sempre foi, Sayid Jarrah.

Sayid sempre se destacou na vida e no grupo dos Oceanic 815 por fazer o que tinha que fazer. Não sem dor, não sem culpa, mas sempre cumprindo o que lhe parecia ser o certo em face das circunstâncias. O homem que traiu seu comandado por sua vida, sua pátria e seu amigo por seu amor, e que se isolou de seu novo grupo por ter rompido a promessa de não machucar alguém para conseguir o que queria.

Sayid

Para Sayid, as regras não se aplicam a quem não se aplica a elas. Por isso, mesmo que tivesse ouvido de Faraday a impossibilidade de se alterar o que já aconteceu, é provável que o iraquiano tivesse ignorado o físico. Ao acreditar no conceito quase esotérico de que tudo acontece por uma razão, a única razão que ele encontrou em seu retorno a uma ilha de tempos passados foi apostar na chance de liquidar o mal. E, com a frieza da qual sempre se valeu em instantes considerados necessários, matou como sempre soube, desde criança, fazer com o que lhe é indefeso.

Pobre Sayid.

Já entendemos que o passado da ilha é o presente dos que voltaram; e que o presente da ilha é o passado deles.. Por Jacob, por Dharma, Ben não morrerá. Ele sobreviveu para ter se tornado aquele que provavelmente levou Sayid ao seu maior sofrer - ou quem ainda duvida de que Ben não tenha matado Nadia? Ben escapou da morte para alimentar a dor de Sayid e alimentar-se dela também para realizar seus interesses. E o mais incrível: Ben pode ter sobrevivido para garantir para si o horror definitivo, o divisor de águas, que o fez ser como é.

O tiro

Sim: na prova mais estupidamente genial de que prevalece intransigentemente, o destino põe Sayid diante de um menino e algo ainda mais potente e perigoso do que uma arma: a certeza de se saber o que faz. Vem o tiro, não vem a morte, e criador e criatura confundem-se no instante posterior àquele em que o destino determinou não o “cumpra-se”, mas o “cumpra-me” - uma ordem resumida na certeza do iraquiano de saber o que fora fazer ali.

Sayid só não sabia que estava errado. Sayid só não sabia que estava certo.

***

Preciso dizer? Bem, direi de qualquer jeito: muito mais sobre “He’s Our You” no podcast Lost in Lost - que, por desígnios do destino, só virá na segunda-feira. Namastê!

Fonte: Lost In Lost - Por Carlos Alexandre Monteiro

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