sexta-feira, 10 de abril de 2009

Dead is Dead - morte e vida

(Com SPOILERS! para quem não viu o episódio)

“A ilha escolhe quem a ilha escolhe, e você sabe disso” (Richard Alpert)
“Só porque você vive com eles não quer dizer que não possa ser um de nós” (Charles Widmore)
“Eu quebrei as regras, John” (Ben)
“Eu penso que, às vezes, amigos podem ser significantemente mais perigosos do que inimigos, John” (Ben)
“Espero que esteja certo, Benjamin, porque se a ilha quiser que ela esteja morta, ela estará; e um dia, você estará aonde estou. Você será aquele a ser banido; e você perceberá que não pode lutar contra o inevitável” (Charles Widmore)
“Eu já vi essa ilha fazer milagres, curar os doentes, mas nunca algo desse tipo. Morto é morto. Você não volta desse estado, nem mesmo aqui. Então, o fato de ver John Locke andando por aí me apavora” (Ben)
“Eu só sei invocá-lo. Eu não sei onde realmente está” (Ben)
“Eu sei” (Locke)

“Ele me deixou viver” (Ben)

Benjamin Linus

Se existe um episódio capaz de sintetizar a essência de “Lost”, é este que acabamos de ver. Uma das excepcionais virtudes da série é mostrar as pessoas com suas virtudes e defeitos. É a porção verdadeiramente real de “Lost” em meio à toda fantasia, e que confere aos personagens camadas que os tiram por completo da simplista divisão entre bem e mal, em composições que ainda nos impressionam, como a que atende pelo nome de Benjamin Linus.

Por tudo o que já vimos, sabemos que Ben não é essencialmente mal, mas sem dúvida há nele a predominância da perversidade - que, por vezes, mascara-se com uma completa falta de sentimentos. Mas seja lá o que tiver acontecido com ele quando criança naquele subterrâneo, não conseguiu eliminar todo sentimento bom que ele poderia ter; e este resto de bondade sempre se manifestou em sua relação com Alex.

Ben e Alex

Pensando assim, fácil dizer por que ele sabia que seria julgado pela morte de sua filha: porque era através dela que se manifestava seu resto de bondade; e uma vez que ele tenha permitido que isso se fosse, o julgamento era inevitável, por mais que houvesse a intenção de fugir. Impossível: através de John Locke, a ilha não o deixaria mais escapar… como de fato não deixou. Afinal, “Lost” é uma série de imperativos; porém, antes e acima disto, uma história sobre segundas chances.

Assim, quis a sabedoria da ilha que Ben em sua vida aprendesse sobre o bem que lhe fora privado por seu pai através de sua filha; e que fosse relembrado sobre este sentimento onde um dia ele mesmo pôde salvar-se da morte.

Benjamin Linus

Ele sabe, nós vimos: em algum nível isto aconteceu de novo. Pelos passos de Locke, e pelas palavras de Alex - sim, pois foi assim que Ben o viu. Agora, que o futuro nos diga quantos homens renascidos de fato sairão daquele templo.

***

Alex, Ilana e seu golpe, Caesar, o Templo, as crianças, Sawyer - Sawyer? Sim! -, Charles Widmore e seu banimento, Penny e Desmond… Muito a ser dito sobre um dos melhores episódios da temporada - se não o melhor até aqui - no podcast Lost in Lost, que chega nesta segunda. Todos convidados a ouvir!

Fonte: Lost In Lost - Por Carlos Alexandre Monteiro

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