“Eu sou bem convincente quando quero” (Kate)
“Essa é a sua chance de se redimir” (Dogen)
“Você precisa acreditar em mim” (Dogen)
“Eu não acredito em mim mesmo! Como vou acreditar em você?” (Jack)
“Há pessoas que parecem fadadas a ficar sozinhas” (Sawyer)
“Se eu dissesse que eu sou inocente, você acreditaria?” (Kate)
Não quero falar de ressurreição nem de infecções – não agora. Em respeito à personagem proprietária deste terceiro episódio do sexto ano, aproveito para não só falar dela, mas fazer isso pegando a contramão do coro dos descontentes com o que acabamos de ver. Certamente, são os mesmos incomodados que há cinco temporadas não se conformam com o que Kate faz – mesmo sabendo (?) que é isso que nos permite enxergar o que ela realmente é.
Se os flashes de Kate – backs, forwards ou sideways – não chegam a ser os que mais causam impacto nos fãs, ao menos são coerentes em reforçar o grande dilema de sua vida: a incapacidade de lidar bem com o compromisso com quem ela gosta. Sam, Diane, Jack, Sawyer, Kevin, Tom… Porém, o destino escolheu que este ciclo se encerrasse com Aaron; e quis Kate que se acabasse com Claire – daí seu retorno à ilha.
Enquanto não realiza o que de fato fora fazer ali – e que ninguém diga que não há objetividade em pelo menos nesta sua intenção -, Kate vai lutando consigo, vivendo um drama que penso ser um motivo de incômodo dos fãs em relação a ela: a Sardenta simplesmente não se permite se entregar, estando em um exercício de resistência incessante. É só pensarmos nas diversas vezes em que Sawyer baixou a guarda para James Ford, e no quanto é difícil enxergar Katherine por trás de Joan, Helen, Annie…e, especialmente, oculta em sua personagem principal. Kate não a deixa ser (feliz).
Quando se referem a Kate, muitos só pensam em seu destino amoroso; porém, a felicidade dela vem antes disso – e, pelo jeito, passa antes de qualquer coisa pela missão de realizar em Claire o que não conseguiu fazer consigo. Óbvio, mas afirmo: vai além da tarefa de reunir uma mãe e seu filho.
Sem querer ilustrar nada, apenas sugiro: quem achar estranha a conexão entre a fugitiva e a australiana, que pense no quanto Kate se enxerga em Claire. Ou melhor: no quanto Katherine está ali, e o quanto Kate pode ajudar Claire a se afastar da chance de tornar-se a persona com a qual ela luta desde muito. É nobre, mas também é pessoal; é altruísta, mas também é auto-defesa. E assim se faz “What Kate Does”: uma história torta ao melhor estilo Kate Austen que, num futuro paralelo, nos aponta um final um pouco mais feliz para uma personagem que, de tanto frustrar-se em não se encontrar, há tempos já se cansou de não fugir.
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Morte, vida, doença, cura. A resposta para um velho mistério. O podcast Lost in Lost falará disso e, como vocês já devem desconfiar, de muito mais também. Até!
Fonte: Lost In Lost - Por Carlos Alexandre Monteiro
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