sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

“This Place is Death” - O subterrâneo do mal

(Com SPOILERS! para quem não viu o quinto episódio da quinta temporada)

- “Eu não matei Jin, nem ninguém, porque ele está vivo. E eu posso provar” (Ben)
- “Querer trazer as pessoas de volta para parar os saltos no tempo é deixar a ciência de lado” (Faraday)
- “Você não é Robert. É outra pessoa. O monstro o deixou doente!” (Danielle Rousseau)
- “Depois do que ele fez com Kate, Sun, se você não o matar, eu o mato!” (Jack)
- “Quando era criança e vivia aqui, havia esse homem. Um homem louco, que me assustava muito. Ele me disse que deveria deixar a ilha e nunca mais voltar. Daniel, acho que aquele homem era você”. (Charlotte)
- “Você veio me ver na cabana. Me perguntou como salvar a ilha e eu disse que precisava movê-la. Eu disse que você tinha que movê-la” (Christian Shephard)
- “E desde quando escutar Ben vai te levar a algum lugar?” (Christian Shephard)
- “Richard disse que eu irei morrer” (Locke)
- “Acho que é por isso que chamam de sacrifício” (Christian Shephard)
- “Diga ‘olá’ para o meu filho!” (Christian Shephard)

- “Essa ilha é má!” (Jin)
- “Este lugar é a morte!” (Charlotte)

Charlotte

No começo, era a ilha que cura, um paraíso perdido em algum canto do mapa, recanto de amadurecimento, de autoconhecimento, de superação. Após pouco mais de quatro temporadas completas, se embora ainda não saibamos exatamente o que é a ilha, enfim começamos a entender o que realmente há de maligno nela, pondo Outros, Keamys, Bens e Widmores à parte. Não podemos afirmar - ainda? - que a ilha é má, mas em “This Place is Death” temos a clara ciência de que que pode ser, sim, um pesadelo pintado com cores fortes.

Se podemos com certeza apontar “This Place is Death” como um dos episódios mais trágicos de “Lost”, creio também que seja o mais contundente em mostrar o que a ilha pode ter de pior. Uma verdade conhecida há tempos por uma das personagens tidas como das mais enigmáticas de nossa saga: Danielle Rousseau.

Danielle Rousseau

Não há ninguém melhor na história de “Lost” para exemplificar a transformação negativa que a ilha pode exercer em uma pessoa do que a francesa e sua trágica trajetória. Por dezesseis longos anos, ela foi brutalmente talhada por aquele local, transformando-se de mulher dócil e delicada em rude, ríspida e infeliz. Uma metamorfose que teve como marco inicial o estranho incidente vivido por sua equipe no esconderijo subterrâneo do monstro de fumaça - uma cena que, sob olhar mais detido, revela-se rica em simbolismos.

“Não deixamos ninguém para trás”, disse Robert a Jin, antes de seu frustrado resgate. Longe dali, em tempo e em espaço, um outro socorro bem mais assustador e não menos desesperado, protagonizado por Ben, Jack, Desmond e Sun. Cada um deles uma Rousseau à sua forma, frutos de seus próprios pesadelos, marcados por suas profundas experiências. Mal sabem que não estarão voltando ao que conheceram, mas sim mergulhando em um desconhecido mais sombrio do que podem conceber.

Juliet, Sawyer e Locke

E Locke, Sawyer e companhia? Estes sim são Montands. Desesperados, arrastados pela ilha em épocas, clarões e estrondos, usados como cobaias de uma experiência tão fantástica quanto cruel, quase que cegamente certos de que o pior está prestes a acontecer. E em meio a tantas sombras e incertezas, quando surge o braço frágil no qual os que ficaram para trás se agarram, a esperança, chega em mais um típico, sutil e sarcástico simbolismo de “Lost”: no fundo de um poço.

* * *

A tragédia de Charlotte, o reencontro de Jin e Sawyer, a volta do monstro de fumaça… Há mais o que dizer sobre este incrível episódio, e será no podcast Lost in Lost. Calma que vem!

Fonte: Lost In Lost - Por Carlos Alexandre Monteiro

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